
No Século XIX, ficou conhecida no Recife a história de um Barão que teria feito um pacto com o Diabo. Não se sabe o que o fidalgo pediu ao “Coisa Ruim”, mas contava-se o Demônio o perseguia, possivelmente cobrando o pagamento que havia sido combinado.
No livro “Assombrações do Recife Velho”, o escritor e sociólogo Gilberto Freyre explica que o fidalgo muitas vezes estava se divertindo com os amigos, em noitadas na capital pernambucana e, de repente, recebia um sinal misterioso: “era do Chifrudo para ir encontrá-lo sozinho nas brenhas, tarde da noite”. Ele seguia para cumprir o compromisso montado num cavalo sinistro “que ninguém sabia se era deste mundo, se do outro”.
E quando o homem voltava desses encontros, “parecia que ia botar a alma pela boca”, pois “seu rosto era então o de um cadáver e suas mãos, também, as de um defunto”. Ainda de acordo com Freyre, tudo indica que o Diabo acabou ficando não só com alma, mas também com o corpo do Barão. Tanto que, para fingir enterrá-lo no Cemitério de Santo Amaro, o mais tradicional do Recife, “a família tivera que encher o caixão de pedra”.
Esse caso foi recontado no livro “Algumas Assombrações do Recife“, a versão em quadrinhos da obra de Freyre: uma adaptação realizada pela equipe d´O Recife Assombrado.
Contado por Roberto Beltrão
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