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  • Foto do escritorLucas Rigaud

Assistimos "Abigail", novo terror da Universal Pictures

Mistura entre terror e comédia não entrega novidades, mas diverte com um gore tradicional e entusiasmo


Na premissa de Abigail, um grupo de criminosos desajustados sequestra a filha de 12 anos de uma figura poderosa. Mantendo-a em uma mansão isolada, o plano deles começa a desmoronar quando descobrem que a jovem prisioneira é na verdade uma vampira.


Imagem: Reprodução

Desde os primeiros materiais promocionais divulgados, Abigail, novo terror que mescla ação e comédia realizado sob a responsabilidade dos ótimos Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillet (Casamento Sangrento, Pânico V), já aparentava ser uma típica produção focada numa criatura demoníaca sob a forma de uma criança, o que já não chega a ser uma grande novidade, tendo até mesmo fortes tendências a fracassar devido a mesmice temática caso não ousasse em questões narrativas e visuais. Uma verdadeira e grande surpresa poderia ter se concretizado caso a divulgação do longa-metragem não tivesse mostrado tanto da trama e do verdadeiro mal que atormenta os “protagonistas” de Abigail. Trailer, sinopse e o próprio título do longa não se importam em entregar o que poderia ter sido guardado para a produção contar com um louvável diferencial.


Por outro lado, a até então problemática estratégia de marketing de Abigail, amalgamada a piegas tradicionalidade da proposta do longa, gera um resultado funcional justamente por manter-se fiel a abordagem vampiresca, graças também a experiência da dupla de diretores Bettinelli-Olpin e Gillet em elevar o grau de entretenimento dentro de uma história aterrorizante, como já fizeram com maestria nos dois últimos filmes da franquia Pânico.


Podemos afirmar que, mesmo entregando absolutamente nada de novo, Abigail esbanja de um satisfatório resultado por servir um prato cheio para os fãs do subgênero vampiro, assim como para apreciadores de um estiloso gore à moda antiga. É inegável que o roteiro, assinado por Stephen Shields e Guy Busick, apresente tímidas surpresas na hora de desenvolver sua personagem título e seus objetivos, como também extrapola no desenvolvimento de personagens secundários, tentando resgatar um humor irreverente comum em produções do gênero, mas, infelizmente, acerta numa cansativa repetição de piadas envolvendo a pouca inteligência destes. Soluções para os conflitos tentam ser bem arquitetadas ao longo da trama, mas, quando colocados em prática, aparentam fáceis demais. Parece, porém, que o longa está ciente do fato de beirar o pastiche e encara isso com no intuito de proporcionar diversão, o que não compromete com o resultado final.


Imagem: Universal Pictures/Reprodução

Após brilhar em Matilda: O Musical, a jovem e promissora atriz Alisha Weir agora nos amedronta, de maneira extremamente positiva, como Abigail. A artista consegue estabelecer um genuíno equilíbrio emocional para sua personagem, prezando pelo sarcasmo e seu humor ácido, entregando uma caracterização que parece beber da mesma fonte de ícones do cinema de horror atual, como M3GAN, Esther de A Órfã e até Claudia de Entrevista Com O Vampiro. Melissa Barrera (Pânico V e Pânico VI) e Dan Stevens (A Bela e a Fera) também parece se divertir em seus respectivos personagens, que são resumidos em a heroína e o antagonista que se torna tão perigoso quanto a própria Abigail. Giancarlo Esposito (The Mandalorian) porém, no pouco tempo de tela que lhe é concedido, está aparentemente incomodado com toda a situação do filme, deixando quase evidente que aquela premissa e personagem, que é realmente patético para o calibre do ator, não o agradam. Aqui também temos o último trabalho do saudoso Angus Cloud (Euphoria), falecido em julho do ano passado, que recebe uma bonita homenagem no final do longa.


Munido de efeitos que mesclam computação gráfica e trabalhos manuais, Abigail não poupou litros e mais litros de sangue falso e maquiagens bem produzidas para caracterizar o perigo da trama. A direção de fotografia é generosa ao acompanhar os passos de balé, pra delicados, ora bizarramente e propositalmente desengonçados da personagem título, mas escorrega em enquadrar sequências importantes em planos mais fechados, impedido um campo de visão maior sobre a violência gráfica que acontece em tela.


Repleto de artifícios que agradam os apreciadores de um gore à moda antiga e os fãs de filmes sobre vampiros, independente da época ou subgênero, Abigail é mais uma prova de que a dupla Bettinelli-Olpin e Gillet sabe respeitar as raízes do terror, acrescentando boas doses de modernidade e diversão.




Nota: ⭐⭐⭐




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